quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Uniradial Cup 2008

Reportagem: Filipe Freitas Rocha

Em sua primeira edição, a Uniradial Cup, torneio organizado por alunos do 2o semestre do curso de Jornalismo, contou com 8 equipes, de 7 turmas diferentes.

Os participantes da 1a Uniradial Cup foram Design Gráfico, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Engenharia Ambiental, Ciências Contábeis, Jornalismo e Educação Física. Esta última, excepcionalmente, contou com duas equipes, devido ao alto número de alunos.

O torneio, realizado na quadra do Campus Jabaquara, durou 4 dias – de 3 a 6 de novembro.

O 1o dia
A partida de abertura da 1a Uniradial Cup aconteceu entre Design Gráfico e Engenharia Ambiental. Os primeiros lances da partida foram suficientes para mostrar que a Uniradial Cup 2008 prometia: discussões acaloradas e jogadas ásperas deram o tom da estréia. A torcida também teve participação importante, pois com seus gritos de incentivo, inflamava os ânimos de todos. Vencendo por um placar de 6x4 a turma de Design Gráfico passava às semi-finais do torneio. Os destaques da partida foram os jogadores Willians e Thiago, cada um com 3 gols.

A segunda partida da noite reuniu as equipes de Jornalismo e Ciências Contábeis. Num jogo mais ameno, a turma de jornalistas bateu os contadores pelo numeroso placar de 9x7. Raoni foi o artilheiro do jogo com 4 gols.

O 2o dia
No segundo dia de competição cresciam as expectativas e o número de torcedores. A turma de Educação Física, única turma a contar com duas equipes no torneio, arrastou a grande parte do público presente nessa noite. A primeira partida, entre Engenharia Elétrica e Educação Física A, foi uma das mais emocionantes. Disputado gol a gol até o final, o empate em 6x6 obrigou uma decisão por pênaltis. Apesar de Caio (Engenharia Elétrica) ter marcado 5 gols durante a partida, o destaque foi mesmo o goleiro Alfredo, da equipe Educação Física A. Alfredo garantiu a vitória nos pênaltis, por 3x2, defendo duas cobranças.

A turma B de Educação Física e a Engenharia de Produção fecharam o 2o dia de disputas. A partida, vencida por 7x4 pela Engenharia, foi tranqüila. Evandro, da equipe vencedora, marcou 3 gols.

O 3o dia
Após aguardarem a chegada do árbitro atrasado, as equipes de Design Gráfico e Jornalismo iniciavam a disputa da primeira semi-final da Uniradial Cup 2008. Num jogo mais sereno do que a abertura da competição, a turma de Design Gráfico passou à final com um folgado placar de 9x3. Willians era agora o artilheiro da competição, com 8 gols, já que marcara 5 só nessa partida.

A segunda chave de semi-finais era disputada entre Engenharia de Produção e Educação Física A. Num dos jogos mais acirrados da competição, a turma de Engenharia da Produção conseguiu o acesso à final com um apertado placar de 7x6. Nesse momento, acirrava-se também a disputa pela artilharia do campeonato. Com 4 gols nessa noite, o jogador Evandro, da equipe de Engenharia, chegava à marca dos 7 gols. Ele e Willians, com 8, disputariam a grande final.

Antes da final
Antecedendo a grande partida da noite, tivemos a disputa para o terceiro lugar. Os derrotados nas semi-finais, Jornalismo e Educação Física A, jogavam pela taça. Com um placar econômico, 2x1, a equipe de jornalistas venceu e ergueu a honrosa taça de bronze.

A grande final
Ao primeiro apito do árbitro Cleber Correa dos Santos, ambas equipes deixaram claro que estavam ali para vencer. Com poucos minutos de disputa, a equipe de Engenharia de Produção inaugurou o marcador. O empate veio logo em seguida, com Willians, do Design Gráfico, atingindo, assim, a marca de 9 gols e isolando-se na artilharia da competição.

Porém, a partir daí, a festa foi dos engenheiros produtores. Encaixando jogadas excelentes e matadoras, a Engenharia de Produção goleou a turma de designers gráficos por acachapantes 6x1. Marcando 2 gols, Evandro, que até então ocupava a vice-liderança da artilharia, alcançava a marca de 9 gols.

Portanto, tornavam-se, assim, o designer Willians e o engenheiro Evandro, os artilheiros da Uniradial Cup 2008.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

24 horas de esporte em SP

Reportagem: Jorge A. Silva Junior
Edição: Filipe Freitas Rocha

Nos dias 15 e 16 de novembro a cidade de São Paulo será a capital brasileira do esporte.
A Virada Esportiva 2008, organizada pela Secretaria Municipal de Esportes, contará com diversas atividades espalhadas por toda a capital durante 24 horas. O evento, em sua 2ª edição, tem como finalidade o incentivo à pratica do esporte, disponibilizando gratuitamente competições de diversas modalidades. Para participar, ou simplesmente assistir, os interessados podem conferir a programação no site do evento (www.viradaesportivasp.com.br).

Inscrições abertas para a São Silvestre

Reportagem: Jorge A. Silva Junior
Edição: Filipe Freitas Rocha

As inscrições para 84ª Corrida de São Silvestre já estão abertas e podem ser feitas pelo site: http://www.saosilvestre.com.br/. O prazo vai até 30 de novembro, e a taxa é de R$ 80,00. A data e os locais para a retirada do Kit e do Chip ainda não foram divulgados. Entretanto, o período de inscrições poderá ser encerrado, antes da data limite, caso o número de inscritos chegue a 20 mil. A tradicional corrida paulistana será disputada no dia 31 de dezembro. A largada do pelotão masculino será às 15h45, quinze minutos depois do pelotão feminino.

Finasa/Osasco vence a Salonpas Cup 2008

Reportagem: Jorge A. Silva Junior
Edição: Filipe Freitas

O Finasa/Osasco conquistou o título da Salonpas Cup 2008, na manhã deste domingo (05/10), no Ginásio do Ibirapuera, após bater o rival nacional Rexona/Ades por 3 sets a 2. As parciais foram de 25-18, 27-25, 22-25, 11-25 e 15-13, em 2h04min. O destaque da partida foi a meio-de-rede Fabiana, responsável por 17 pontos a favor de Rexona-Ades. Na disputa pelo 3° lugar, o Pinheiros/Mackenzie derrotou a equipe italiana Scavolini Pesaro por 3 sets a 0. Parciais de 25-20, 25-23 e 25-22, fechando com grande estilo a campanha das equipes brasileiras no torneio.

Argentina respira a Final da Copa Davis

Reportagem: Jorge A. Silva Junior
Edição: Filipe Freitas

A cidade argentina de Mar Del Plata será o palco da final da Copa Davis 2008, entre os dias 21 e 23 de novembro. A equipe argentina, liderada por David Nalbandian, 11º no ranking de entradas da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), enfrenta a Espanha, que vem desfalcada de sua maior estrela. Por conta de uma tendinite no joelho direito, Rafael Nadal, número 1 no ranking, não participará dos confrontos. O seu substituto será Marcel Granollers. Desta vez, o piso escolhido pelos anfitriões foi o carpete em vez do saibro. O motivo da escolha foi pelo fato de que o famoso piso de terra batida é o favorito de Rafael Nadal, porém, com o abandono do grande jogador rival, a FFA (Federação Argentina de Tênis) tentou, sem sucesso, alterar às pressas o piso escolhido. Os ingressos para os três dias da final já estão esgotados.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Pesquisa revela perfil do aluno de Educação Física

Da redação


Uma pesquisa encomendada e realizada pelo Corpore no mês de outubro ajudou a traçar o perfil dos alunos de Educação Física do Uniradial Jabaquara.
Foram entrevistados 43 alunos das 2 turmas do campus, com perguntas sobre pretensões futuras, ou o time preferido foi possível direcionar o conteúdo das matérias, para assim, tornar a
leitura do jornal mais prazerosa e aproveitável.
A pesquisa também revelou algumas surpresas. Ao serem questionados com relação ao esporte que pratica, ou que gostaria de trabalhar, descobriu-se que natação veio à frente de vôlei ficando
em 2º lugar, atrás do imbatível futebol, contrariando a tendência natural de o vôlei ser mais querido que a natação.
A margem de erro da pesquisa são de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.









Debate: CONFEF x Yoga

Reportagem: Carlos Durães
Edição: Filipe Freitas Rocha

Uma verdadeira batalha jurídica vem sendo travada há alguns anos entre o sistema CONFEF/CREF e profissionais de Yoga, Dança, Capoeira e Artes Marciais.

A Lei Federal 9696, aprovada em 1998, outorgou ao CONFEF (Conselho Federal de Educação Física) a autoridade para regulamentar e fiscalizar o ensino dessas práticas, sendo que o principal alvo, devido à sua expansão vertiginosa dentro das academias, era mesmo o Yoga.

Diversas liminares impetradas por associações de professores independentes, no entanto, cassaram a Lei, e hoje vários processos encontram-se emperrados, esperado votação na Câmara dos Deputados, em Brasília.

O CONFEF defende que qualquer atividade, tenha ela suas origens no campo das artes ou da filosofia, deve estar sob sua regulamentação desde que aplicada como atividade corporal e seja passível de causar danos à saúde e a integridade física, se mal aplicada.

Com isso, o CONFEF quer dizer que, por mais que os profissionais de Yoga que trabalham em academias ou outros segmentos do fitness aleguem ser o Yoga uma filosofia, eles não a estão aplicando como tal, pois a ênfase no condicionamento físico através de suas técnicas tem sido muito forte, bem como os riscos aos quais estão sujeitos os alunos de professores que não têm formação na área corporal, mas que enfatizam aspectos de fortalecimento e flexibilização muscular.

Para o Conselho, a regulamentação do Yoga traria vantagens tanto para os alunos como para os instrutores, como, por exemplo: Proteção e respaldo legal aos professores; fiscalização da profissão com base em critérios profissionais; consideração do Yoga como disciplina acadêmica; reconhecimento científico perante a sociedade; melhoria da qualidade de ensino, entre outros fatores.

Para alguns profissionais de Yoga que defendem a desvinculação da prática em relação ao Conselho, no entanto, este órgão não está primordialmente interessado na integridade dos alunos, mas sim na lucratividade de um mercado hoje muito vasto.

Segundo Anderson Allegro, diretor da associação Aliança do Yoga e professor há mais de vinte anos, o Yoga é uma filosofia nascida na Índia há mais de cinco mil anos e que propõe em sua essência, a "transformação da consciência" para que possamos ampliar a nossa visão da vida e conquistar um estado de "iluminação espiritual".

Para isso, além dos exercícios físicos, utiliza-se de uma grande variedade de técnicas como o controle da respiração, meditação, relaxamento e concentração mental, rituais devocionais, etc.

Assim sendo, o objetivo da prática de Yoga seria totalmente distinto dos objetivos do esporte, da competição e do fitness, razão pela qual o CONFEF não teria elementos para normatizar essa área.

Ainda segundo Anderson, considerar o Yoga como uma parte da Educação Física, só porque as academias o incluíram em seus programas, ou avaliar o Yoga por seus efeitos puramente físicos é "uma atitude reducionista inaceitável”.

E para você, caro leitor, quem está com a razão?

Acesse o blog do Corpore (http://www.corporeonline.blogspot.com/) e participe da nossa enquete.

Queremos saber a sua opinião!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Talento dentro e fora das Quadras



























Entrevista: Carlos Durães
Edição: Filipe Freitas Rocha

Magic Paula nasceu Maria Paula Gonçalves da Silva, em 11 de março de 1962, na cidade de Osvaldo Cruz, interior de São Paulo.

Dos seus 28 anos de carreira, passou 22 defendendo a Seleção Brasileira.

Dentre os muitos títulos conquistados, considera os mais importantes internacionalmente: o de campeã pan-americana em Cuba, 1991; o de campeã mundial, na Austrália em 1994; e a medalha de Prata nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996.

Após pendurar o “tênis”, Paula continua trabalhando pelo esporte, levando sua experiência, seu talento e seus valores para a gestão do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo.

O Centro Olímpico

O Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP) é uma unidade da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação da cidade de São Paulo.

Foi criado em 1976 e de lá para cá passou por muitas transformações.
Durante a década de 1990 sofreu um processo de deterioração, se recuperando nas gestões exercidas a partir de 2001.

Hoje, o COTP cumpre o seu papel de formar atletas das categorias de base de 10 modalidades: Atletismo, Basquete, Boxe, Futebol, Ginástica Olímpica, Handebol, Judô, Luta Olímpica, Natação e Voleibol.

Algumas modalidades não contam com equipes masculinas e femininas por falta de espaço e de profissionais.

Todos contam com o processo de iniciação esportiva e posterior participação em diversos campeonatos.

Pelo COTP já passaram atletas como: Montanaro e Amauri (Vôlei masculino), Cadum (Basquete masculino), Hortência (Basquete feminino), Fofão (Vôlei feminino), João do Pulo (Salto Triplo), Ricardo Prado (Natação) e profissionais como Cláudio Mortari, técnico de basquete e o médico Osmar de Oliveira.

Paula dirigiu o COTP de 2001 a 2003 e realiza neste momento sua segunda gestão, iniciada em 2005.

A ENTREVISTA

Corpore: Qual o seu principal trabalho à frente do COTP?
Paula: Nesse momento eu estou acumulando o cargo de gestora do COTP com a coordenação dos esportes de rendimento da cidade de São Paulo. Estamos construindo uma rede olímpica para a cidade, criando quatro núcleos, um em cada região, que funcionem como mini centros olímpicos.
Esses mini centros farão toda a parte de peneiras, aprendizagem, aperfeiçoamento e depois dessa lapidação, os jovens viriam pro COTP já num estágio já de competição. Isso vai facilitar bastante, pra que uma criança que more na zona leste não precise gastar, como acontece, de 3 a 4 horas para vir até aqui (Ibirapuera – zona sul) treinar. Estamos tentando implantar esse sistema em 2009, para iniciar o trabalho já em 2010.

Corpore: Qual a maior dificuldade que você encontra nesse trabalho?
Paula: Tem todo um processo de construção da capacitação de profissionais, de implantação da nossa filosofia, porque a coisa mais difícil hoje é conseguir um profissional de educação física que trabalhe com iniciação esportiva. É raríssimo, estamos tendo muita dificuldade com isso.
Tá todo mundo saindo da faculdade só para trabalhar em academia, com recreação, como “personal”.

Corpore: Que tipo de apoio os atletas recebem no COTP?
Paula: Eles recebem lanche após a atividade e contam com toda a estrutura de fisioterapia, médicos, dentistas, assistentes sociais e psicólogos.

Corpore: Além de trabalhar com verbas públicas o Centro Olímpico está aberto para receber a ajuda de empresas?
Paula: Sim, o Vôlei conseguiu o patrocínio da Transit Telecom, mas isso é um pouco “engessado”, porque se alguém quiser apoiar nosso grande gargalo que é o material humano, eu vou dizer que o que a gente precisa mesmo é de recursos humanos, porque salário nós não damos para os atletas. Nossa missão aqui é formá-los e aí eles começam a jogar, vem o Paulistano e leva embora, vem o Banespa e leva embora e assim vai. Mas nós estamos na batalha de conseguir uma bolsa atleta, para que, dos mil jovens que temos, pelo menos duzentos consigam receber algo, porque chega um momento que a mãe e o pai pressionam para eles trabalharem e a gente sabe que desse monte de atletas poucos chegarão ao topo de se tornarem profissionais do esporte.

Corpore: O foco do COTP seria sociabilizar os jovens através do esporte ou formar mesmo futuros atletas de ponta?
Paula: Eu falo que temos um papel social pela situação do nosso país, mas nós já temos vários atletas de alto nível: tem um jovem do vôlei que está na seleção B do Bernardinho, temos a Maria do Judô, que foi reserva nas Olimpíadas de Pequim, as meninas da Ginástica, do Handebol que estão nas categorias de base de suas seleções. Esse é um processo natural, muitos também chegaram aqui com pinta de promessa e não vingaram, não continuaram, porque a vida de atleta é sacrificante, todo dia treinar 3, 4 horas, não é pra todo mundo, a gente sabe que poucos vão ter aquela garra. Tem sido muito difícil seduzir os jovens para praticar esporte hoje, pela própria evolução do mundo, essa geração é muito mais individualista, é ipod, é iphone, a menina com 12, 13 anos já está indo pra balada.

Corpore: Nós hoje somos muito mais espectadores do que fazemos algo de fato não é?
Paula: Eu acho, os jovens não estão querendo vir aqui batalhar, se sacrificar; com a saída da mãe pra trabalhar fora junto com o pai, eles para suprirem a ausência, acabam fazendo tudo pelos filhos, dão mesada, dão celular, então a gente sente que é uma geração que não batalha muito não, viu. Cada ano que passa fica pior. O próprio fato de se morar em apartamento, a violência da cidade, a molecada chega aqui, às vezes não sabem nem correr, isso é algo que tem nos assustado bastante, é uma geração que não brinca mais, é tudo sentado na frente do computador e do vídeo-game.

Corpore: Isso tudo traz mais trabalho para os preparadores físicos não?
Paula: Com certeza, porque eles têm que ensinar a correr e a turma quer bola, quer jogar, então é complicado. Um trabalho de iniciação esportiva é um trabalho árduo, de longo prazo e que não é bem remunerado, então todo mundo foge.

Corpore: Você pode traçar, em sua opinião, um panorama da situação do basquete brasileiro?
Paula: O problema do basquete é a má gestão, é não pensar na modalidade de forma profissional. Não existe planejamento de longo prazo, nem preocupação com as categorias de base. Temos uma Confederação que quer ficar fazendo campeonato nacional em vez de cuidar das seleções, é um problema estrutural, essa gestão atual está sacrificando uma geração, que está passando por uma transição que não precisava, uma transição em baixa. Você espera uma Janete parar de jogar pra começar a pensar no futuro. Quando eu e a Hortência paramos o rendimento caiu porque não houve uma preparação para possíveis substitutas. Hoje, nosso campeonato nacional dura três meses, a maioria das jogadoras atuam no exterior e quando o público não tem um espelho, um ídolo, é difícil colocar a criançada pra jogar.

Corpore: A torcida brasileira teve sorte de talentos como você e a Hortência terem aparecido, senão...
Paula: E mesmo assim, nós levamos quinze anos sofrendo até conquistar um título importante.
Nesse ponto, nós temos que elogiar o pessoal do vôlei, porque sai o Maurício, sai o Tande, o Giovanni e entram outros melhores ainda.

Corpore: Os dirigentes de várias modalidades ficam muito tempo em seus cargos. Você tem esperança disso melhorar?
Paula: Olha, isso é um problema muito antigo.
As federações é que votam para eleger o cara, e ele, teoricamente, compra as federações.
O dinheiro que serviria para formar a base, os atletas, acaba indo para coisas assim, o que eu não concordo.
Esporte no Brasil é ditatorial, é um feudo.
Olha só: você elege o presidente do país, e ele pode ficar no máximo oito anos, enquanto nas Federações tem gente há vinte e um anos.

Corpore: Você é favorável a realização das Olimpíadas no Brasil?
Paula: Eu não sou. Até seria se junto desse desejo de realizar a Olimpíada existisse um programa esportivo para o nosso país. Mas o que existe é só a ansiedade de fazer construções, de deixar legados e se deixar legados fosse importante pro esporte brasileiro o Pan-Americano teria sido ótimo, mas os legados que foram deixados de construções estão abandonados.
O buraco do esporte brasileiro é mais embaixo. Primeiro nós temos que fazer a base de uma casa, não adianta colocar um telhado lindo e a base não estar bem construída.

Corpore: Você poderia deixar uma mensagem aos estudantes de educação física?
Paula: Eu sou formada em educação física, sei que a profissão ainda não tem o valor que merece. Eu fiz estágio em escola e sei das dificuldades, quando tinha a bola não tinha a tabela, não tinha rede de vôlei, etc. Nós não somos vistos, dentro de uma escola, com o mesmo respeito de outras matérias, como biologia, matemática, química, etc. Mas eu acho que é uma profissão linda, a gente constrói pessoas através do esporte, é uma coisa maravilhosa. O que estamos precisando é ter mais profissionais que se dediquem à iniciação esportiva, senão no futuro, vamos ter um país sem competidores, sem representatividade e isso é uma coisa que me preocupa bastante.

Professor Jurandir

Entrevista: Maxwel Souza
Edição: Filipe Freitas Rocha

Ao ser visto pela primeira vez, ou até mesmo enquanto passeia pelos corredores da faculdade, o primeiro pensamento que se tem do Professor Jurandir é o de ser ele uma pessoa brava, até pelo seu porte físico, no estilo halterofilista. Porém, o Jura, como é chamado por seus alunos, é completamente diferente. Poucos minutos de conversa são necessários para perceber que Jurandir Souza Silva, 40, é completamente contra a violência e possui um temperamento calmo e controlado.

Amante incondicional de sua profissão, Jurandir iniciou sua carreira há 20 anos, quando ingressou no curso de licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade Camilo Castelo. Pós-graduado em Educação Física Escolar e Psico-pedagogia pela UnicSul, Jurandir ministra aulas desde do primeiro ano da Universidade. Gostou tanto do trabalho, que nunca mais parou. Atualmente dá aulas nas Universidades Ibirapuera, UNIP e Uniradial.

Corpore:O senhor está na UniRadia há quanto tempo e quais aulas ministra?
Jurandir: Atuo somente no campus Jabaquara. Comecei este ano, pois o curso é novo. Dou aulas de Ginástica, Fundamentos Didáticos da Dança / Lazer e Recreação.

Corpore: Como o senhor tenta contornar, driblar os problemas de infra-estrutura da faculdade? (Fator bastante reclamado pelos alunos)
Jurandir: Eu creio a direção esteja se adaptando porque o curso é novo. Todos problemas que acontecem eles estão tentando sanar, tem que ter jogo de cintura, ter um plano B. Sinto falta de materiais, mas não é só aqui, todo lugar tem deficiência.

Corpore: O que o senhor gosta de fazer nas horas vagas?
Jurandir: Eu gosto de viajar. Também gosto de fazer academia; faço todos os dias há mais de 10 anos. As minhas horas vagas eu dedico à minha casa, meus amigos, arrumo material de universidade, textos, faço pesquisas, etc.

Corpore: O senhor é um amante das viagens, certo? Dentre suas viagens existe alguma internacional?
Jurandir: Sim, já fui a Cancun. Tenho idéia de fazer uma boa viagem pra julho do ano que vem, mas ainda estou administrando isso, por enquanto.

Corpore: O senhor tem algum ídolo?
Jurandir: Meu pai.

Corpore: De onde surgiu o interesse por EF?
Jurandir: Eu comecei freqüentar academia e a ter contato com o pessoal da Educação Física, e isso começou a me despertar interesse pelo curso. A partir daí , prestei vestibular, entrei e comecei a fazer o curso, aí as coisas foram acontecendo, mas não foi um projeto de vida, não fui aquela pessoa que falou: “eu quero ser professor de Educação Física quando eu crescer (risos)”.

Corpore:O senhor acha que o esporte pode ser mesmo uma ferramenta social que contribua para dar uma perspectiva de futuro melhor para crianças e jovens carentes?
Jurandir: Em relação a esporte no Brasil, não tem incentivo nenhum. Quando você consegue algum patrocínio é quando você já está se destacando, aí aparece um monte de empresas querendo patrocinar, o governo querendo, o próprio país querendo que você acene lá a bandeira do Brasil. Mas, num contexto geral, o esporte tem um agente educador e um agente transformador sim.

Corpore: Se o senhor fosse Ministro dos esportes, o que faria para que o esporte tivesse mais incentivo?
Jurandir: Acredito que deveria ter mais clubes esportivos em todo o país. Assim, podemos formar um esportista mais completo, pois seria trabalhado desde cedo, daí, talvez , o esporte tenha o lado educativo mais aflorado do que é hoje.


Olhos: "tem que ter jogo de cintura, ter um plano B, sinto falta de materiais, mas não é só aqui, todo lugar tem deficiência." - olho 1- coloque no meio do texto mais ou menos

"aí as coisas foram acontecendo, mas não foi um projeto de vida, não fui aquela pessoa que falou: 'eu quero ser professor de Educação Física quando eu crescer' (risos)”. - olho 2- coloque mais perto do fim

Mercado de trabalho é amplo e promissor

Reportagem: Maxwel Souza
Edição: Filipe Freitas Rocha


Busca por qualidade de vida e necessidade de mais saúde geram vagas e abertura para profissionais da Educação Física.

O mercado de trabalho para o profissional de Educação Física vive um momento de grande ascensão. A necessidade por qualidade de vida tem gerado uma corrida desenfreada a academias, clubes, parques e até mesmo a serviços pessoais e personalizados. Em todos esses setores temos profissionais de Educação Física atuando nas mais diversas áreas. Personal traineer, professor educacional, instrutor de academia, preparador físico, técnico em ginástica laboral, são alguns dos caminhos que o profissional pode seguir.

Atualmente, só no estado de São Paulo, existem mais de 15 mil academias, freqüentadas por mais de 1,5 milhões de pessoas. Os serviços oferecidos na atualidade são muitos, como: Body Jump, Body Camp, Body Combat, Step, Yoga, além das já tradicionais ginástica, malhação e natação. Em todas estas modalidades há profissionais especializados.

Outro segmento em grande ascensão é serviço de personal trainner. Com a falta de tempo, ou com a necessidade de um treinamento focado, este profissional ganhou muito espaço. O atendimento pode ser feito na casa do cliente, no trabalho ou até mesmo em uma academia.

O setor de recreação também merece destaque, pois algumas empresas têm transformado as brincadeiras em prática esportiva. Alguns Cruzeiros que partem do Brasil já contam com profissionais de Educação Física realizando exercícios e práticas esportivas com os passageiros.

Uma nova modalidade de atividade é a ginástica laboral. Criada para atender funcionários de empresas, a laboral tem a finalidade de alongar e relaxar a musculatura, proporcionando um dia mais produtivo de trabalho.

José Geraldo da Silva, 1º Secretário do SINPEFESP (Sindicato dos Profissionais de Educação Física) cita que o mercado de trabalho sofre uma ascensão nunca antes vista: “Lembro que quando me formei, na década de 1970, existiam 5 universidades que ministravam Educação Física. Hoje temos mais de 30 turmas com aulas em todos os turnos. Cresce o número de alunos, porque também cresce o número de vagas no mercado.”, finaliza José.

A gama de opções para o profissional é enorme, porém, o professor de Educação Física de Universidade Radial, Jurandir Souza Silva, 40, destaca a necessidade do aluno ou do profissional recém-formado detectar quais são suas habilidades. “Eu acho que depende muito de qual é a habilidade naquilo que se está praticando”, afirma Jurandir.

Treinamento Esportivo - A Preparação Física nos Esportes


O CORPORE inicia nesta edição um conjunto de reportagens sobre os diferentes aspectos da preparação física em diversas modalidades, sempre com dicas de importantes profissionais.

Abrindo esta série, enfocaremos o treinamento físico no Voleibol brasileiro, que com o aperfeiçoamento constante tático, técnico e estrutural, almeja permanecer no topo das conquistas mundiais por muito tempo.

Como consultor e colaborador desta matéria o CORPORE apresenta o experiente preparador físico Fábio Correia, com passagem pela Seleção Brasileira de Vôlei Feminino e atualmente na comissão técnica da equipe masculina Santander/São Bernardo.


PLANEJAMENTO

Normalmente os clubes utilizam um plano gráfico dividido em dois momentos: um para o Campeonato Paulista e outro continuado para a Superliga.
O trabalho é desenvolvido com base na análise das necessidades do atleta, buscando três perspectivas temporais: longo prazo, ou seja, o desenvolvimento físico do atleta visando a continuidade de sua carreira; médio prazo, as necessidades físicas para o campeonato em questão e que colaborem com o todo da equipe; curto prazo, a demanda física que será gerada por uma determinada semana de treinamento.


RENDIMENTO


Para Fábio Correia, “a individualização é a melhor forma de gerar rendimento”.

Em seu trabalho, ele agrega a maior quantidade possível de métodos e estratégias para obter uma melhor leitura das diferenças individuais, e dessa forma poder atuar com total objetividade junto às necessidades de cada atleta.

Segundo Fábio, as repetições no treinamento geram alterações que devem ser percebidas "para que possamos intervir em cada caso de maneira específica, melhorando a performance e o rendimento com saúde”.


EXAUSTÃO MUSCULAR E CONTUSÕES

As principais ocorrências patológicas decorrentes dos treinamentos no vôlei são: tendinites, inflamações dos tendões quadriciptal e patelar nos joelhos e inflamação do tendão do supra-espinhoso no ombro.

O segredo para evitar a exaustão muscular e as lesões é o “equilíbrio que deve haver na preparação, entre o estímulo (atividade) e o repouso (recuperação)”, afirma Fábio.
Trabalhos de força que promovam esse equilíbrio muscular e a organização articular, principalmente em se tratando de ombros e joelhos, também são considerados fundamentais para prevenir problemas.


TECNOLOGIA

Correia utiliza alguns equipamentos que auxiliam em determinados treinamentos e avaliações, como a plataforma de salto associada a um software para controle de treino e eletroestimuladores para evitar o desgaste mecânico em algumas articulações.


ACADEMIA

A experiência como avaliador físico em academias, anterior ao mundo do vôlei, foi de grande valia para Fábio, que pôde entrar em contato com questões fisioterápicas e médicas de grande responsabilidade, e o fez aprender muito, principalmente sobre patologias.

Da época, continua crítico apenas da padronização do corpo, relacionada ao que chama de “Corpolatria” excessiva por parte de alguns alunos e professores.

EMPREGO E ESTÁGIO

Para corroborar a tese de que os contatos pessoais são a grande fonte de oportunidades profissionais, Correia nos conta que em seu primeiro emprego, atuou como monitor de um acampamento de recreação, cujo proprietário havia sido seu professor de educação física nos tempos de colégio.

Em seguida, estagiou por dois anos no São Paulo Futebol Clube, acompanhando e avaliando todos os treinamentos e testes realizados no laboratório de fisiologia do clube, ao lado do professor Moraci Santana, de quem havia conseguido contato quando participou de um curso de preparação física de futebol ministrado por ele.

DICAS AO ESTUDANTE

Ler muito, ver muito e ouvir muito. Procurar pessoas que estão em atividade e trocar idéias e experiências. Gerar diferencial através de muito estudo e repertório de métodos. E algumas que meu pai me ensinou também: honestidade, coerência, ética e...suor!



* Não perca, na próxima edição, nossa reportagem mostrará detalhes da preparação física do basquete brasileiro *

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Recreação a bordo


Reportagem: Carlos Durães
Edição: Filipe Freitas Rocha

De dezembro a março, vários Cruzeiros sangram os mares do litoral em viagens domésticas e internacionais.
Em cada um deles, a necessidade de recrutar profissionais que desenvolvam programas de recreação, lazer e atividade física é grande.

O mercado de trabalho cresceu tanto nessa área que, além dos Cruzeiros tradicionais, já existem até Cruzeiros inteiramente temáticos, exclusivos para a prática de fitness.

Segundo Eliana Veridiano, 34, educadora física formada pela UMC em 1995, “a planilha de exercícios é criada de acordo com o perfil dos turistas, e é composta basicamente, por Ginástica, Musculação, Pilates, Yôga e Spining”. Eliana é integrante do Team Fitness da Costa Cruzeiro, equipe que conta com 80 profissionais.

A remuneração para esse trabalho varia de acordo com o tempo de experiência de cada integrante, havendo faixas distintas para o novato, o experiente e o líder.

A Fitness Brasil, empresa promotora desses e outros eventos, realiza a seleção dos interessados que farão parte do grupo “team”.

Para Eliana, é necessário “demonstrar carisma, entusiasmo e principalmente ter prazer no que faz”.

Que tal, então, levantar âncora e embarcar suas aulas na academia mais azul do planeta?




sábado, 1 de novembro de 2008

Shopping de SP cria projeto de atividade física para a terceira idade

Reportagem: Maxwel Souza
Edição: Filipe Freitas Rocha

O Central Plaza Shopping, localizado no bairro do Ipiranga, zona sul, realiza desde 2001 projetos de recreação e lazer e atividades físicas para pessoas da terceira idade.

A idéia do projeto Exercício do Vizinho / Clube A surgiu da intenção de integrar e sociabilizar pessoas da terceira idade que residissem próximas à região ou que fossem freqüentadoras do shopping.

As atividades físicas ocorrem todos os dias pela manhã e contam com o apoio de mais de 7 profissionais especializados, que realizam exercícios de alongamento, caminhadas e até aulas de yoga.

A criação do projeto, além de gerar a sociabilização entre os freqüentadores, tem um forte cunho de marketing. A Coordenadora de Marketing Nislei Oliveira cita que a realização do projeto tem seu lado social, mas que visa criar nos clientes a sensação de que o shopping é a “extensão de suas casas”. Nele, elas podem se divertir, conhecer novas pessoas e fazer suas compras.

Desde sua criação, o Exercício do Vizinho/ Clube A já contou com a participação de mais de 1.200 pessoas, com presença diária de aproximadamente 60 alunos. O projeto também já colaborou para a melhora do quadro clínico de diversos alunos. A aposentada Maria Júlia Lopes, 65, é um exemplo dos resultados positivos do projeto: “Procurei as aulas por necessidade de saúde. Hoje me sinto muito melhor, pois as aulas de ginástica me ajudaram com conhecimento, saúde e ainda fiz novos amigos”, declara Maria.

Para participar do projeto é preciso ter mais de 50 anos e estar apto (via atestado médico) a praticar atividades físicas. As inscrições podem ser feitas pelo telefone 2066-4423 ou pessoalmente no shopping, no endereço Av.: Dr. Francisco de Mesquita, 1000.